Embalagem que se aquece sozinha

Atualmente, a conveniência passa longe do exigido na época em que sanduíches, barras de chocolate e snacks eram as únicas alternativas. Realmente são poucas as opções aquecidas e saudáveis para refeições e bebidas que não envolvam uma parada em um restaurante ou cafeteria. A HeatGenie, uma empresa com base em Austin, Texas, desenvolve atualmente uma solução de embalagem que se auto aquece e pode elevar o conceito de embalagem inteligente a outro nível.


“Ouvimos falar que a grande maioria das marcas de comida e bebida considera o auto aquecimento o “cálice sagrado” da conveniência no segmento de embalagens, mas era claro que as soluções disponíveis eram insuficientes”, diz Mark Turner, presidente da HeatGenie em uma entrevista por email. Com 29 anos de experiência em empresas de bens de consumo, ele sabia que havia possibilidades de explorar a energia armazenada em baterias. Algumas dessas soluções, ele pensou, poderiam ser aplicadas no desenvolvimento de uma embalagem de produto alimentício com capacidade de auto aquecimento. 

A HeatGenie é liderada por Brendan Coffey, que atua como CEO e CTO e tem 25 anos de experiência em tecnologia e desenvolvimento de negócios em pequenas empresas.  Ele desenvolveu o conceito original de auto aquecimento da HeatGenie e lidera o desenvolvimento técnico sob as perspectivas científica e de engenharia.

Em 2009, Coffey, Turner e seu time iniciaram o projeto definindo uma série de critérios que o produto deveria atender. Incluíram segurança, reciclabilidade, custo benefício e facilidade na utilização. “Segurança é requisito soberano para o consumidor. Era necessário que fosse pequeno, rápido e potente, mas não um perigo para o consumidor”, Turner enfatiza. O time também almejou um produto que pudesse aquecer a comida de uma maneira controlada e em menos de dois minutos. “O aspecto mais desafiador do desenvolvimento foi criar um sistema simples e confiável de controle térmico passivo, construído de maneira a evitar um super aquecimento no caso de mal uso do dispositivo.”, Turner diz.


Após receber o financiamento, o time se dedicou ao desenvolvimento de um modelo de aquecedor compacto modular do tamanho de uma pequena vela. O elemento de aquecimento contém alumínio e sílica, dois materiais não perigosos que quando misturados reagem liberando calor. A HeatGenie criou um método para controlar de maneira precisa a reação de oxidação para gerar o calor de uma maneira segura e eficiente. A mistura de cada elemento responsável pelo auto aquecimento é medida com exatidão e libera quantidade suficiente de calor para cada tipo de bebida ou comida. Esse aspecto é extremamente importante, uma vez que o café aquece mais rápido que uma sopa, por exemplo.

O consumidor pode ativar o aquecimento apertando um botão no fundo da lata. Esse botão inicia o processo de oxidação gerando o calor e quando o combustível termina, o processo de aquecimento é finalizado. De acordo com a HeatGenie, o resultado é um copo quente de café ou um prato de sopa aquecido nas mãos do consumidor em menos de dois minutos.


A HeatGenie se declara desenvolvedora e licenciadora da tecnologia por patente e planeja trabalhar em parceria com fabricantes para vender a solução integrada da embalagem a brand owners. Atualmente, os componentes do aquecedor da HeatGenie são fabricados sob licença da Wanho Manufacturing, LLC, uma subsidiária da US Capital Resources, LLC. A HeatGenie está em negociação com algumas marcas e prevê lançamentos no mercado já em 2016. O primeiro produto a ser auto aquecido na embalagem provavelmente será café, chá, chocolate quente ou sopa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seminário de Pós Impressão no Senai Gráfica

4º dia na Drupa 2024: Esta DRUPA está focada na automação ou AUTONOMAÇÃO?