O que a drupa nos apontou: sustentabilidade, automação e embalagem
Messe Düsseldorf / ctillmann |
Sustentabilidade
A drupa sempre aponta os caminhos que nossa indústria deve seguir nos próximos tempos. Após oito anos de hiato, a feira mostrou sinais claros de preocupações da sociedade que impactam nossa indústria, como a atenção com a sustentabilidade nos impressos, especialmente na área das embalagens.
O que antes era apenas uma nota de rodapé nas características de um equipamento ou insumo, hoje salta aos olhos: a impressora possui cura amiga do meio ambiente, como o LED UV; o substrato é monomaterial e não agride a natureza; a tinta é sustentável; a empresa está preocupada com o ciclo de vida do que produz... há várias formas de enxergar a sustentabilidade na impressão e todas foram vistas na drupa.
A feira mostrou que é impossível dissociar a impressão e a sustentabilidade. Não é mais um discurso de poucos: quem não adaptar sua produção e tornar seus processos mais "verdes", certamente perderá trabalhos, clientes e contas. E o que foi mostrado nesse sentido.
Na impressão "analógica", a sustentabilidade vem através da automação que evita erros e desperdícios. Na produção das chapas, offset ou flexo, menos químicos são usados, as curas todas se curvam ao LED e as tintas são repletas de certificações.
Já a impressão digital por si só tem em seu discurso a menor pegada ambiental ao não precisar preparar o trabalho antes de levá-lo à impressora e, claro, trabalhar o impresso sob demanda, reduzindo ou eliminando estoques. Isso é visto na impressão promocional, área têxtil ao eliminar o uso de água e na impressão de embalagens e rótulos, com foco em evitar a migração de químicos nos alimentos.
Palestras e congressos foram promovidos na drupa para tratar do tema. É preciso ouvir, entender e adaptar conceitos. As cobranças pela atuação ESG são fortes e a empresa de impressão que não entender certamente ficará para trás. A drupa 2024 deixou esse recado bem claro e veremos esta movimentação daqui dois anos na ExpoPrint & ConverFlexo 2026. Estamos preparados para comunicar ao nosso mercado a relevância dos processos sustentáveis.
Automação
A cada edição, a drupa reforça que o operador cada vez mais será apenas um "copiloto" das máquinas de impressão. Se houve uma palavra que esteve em muitos dos estandes dos grandes players, esta palavra foi automação. É mais um dos caminhos que a drupa 2024 apontou.
Pode parecer repetitivo e clichê, mas todos os processos que passam pela nossa vida já são automatizados: a luz e eletrônicos que acendem e apagam por comando de voz, portões, chaves de carro, isso sem falar em toda a Inteligência Artificial evoluindo em ChatGPT, Gemini e Midjourney. Por que com a impressão seria diferente?
O objetivo é claro: como podemos reduzir etapas, evitar erros humanos e eliminar ao máximo o desperdício de materiais e energia? Automação é a resposta dos expositores da drupa 2024. Em todos os estandes, vimos formas diferentes de como deixar processos mais ágeis e automatizados.
Grandes players da impressão offset, como Heidelberg, Koenig & Bauer e Komori, mostraram que seus equipamentos estão totalmente adaptados aos conceitos da Indústria 4.0, reforçando a digitalização (não confundir com impressão digital) do processo como um todo. O mesmo vale para as impressoras flexográficas.
São máquinas com telas sensíveis ao toque e fáceis de lidar, impressoras que podem funcionar e interromper a produção ao clicar em um aplicativo mobile e com softwares integrados que oferecem a mais rica quantidade de detalhes para a tomada perfeita de decisão. Na impressão digital, o objetivo é que tudo consiga ser feito literalmente ao apertar de um botão.
Aliás, não estamos falando apenas da impressão, estamos falando de cada etapa do processo: o empresário que foi à Alemanha viu, em muitos estandes, braços robóticos fazendo colocação e retirada do insumo na impressora - casos de Durst, Epson e muitos outros.
É evidente que, para isso, precisamos de uma miríade de softwares e insumos que estejam adaptados. Na drupa 2024 pudemos entender que, se ainda existe alguma empresa fazendo cálculo ou registrando a produção em planilhas manuais, o caminho apontado mostra uma direção muito diferente.
Embalagem
Se há um mercado que segue em crescimento e não está sendo atingido com a evolução das ferramentas digitais é o setor de conversão de embalagens e rótulos. Seus números positivos espelham uma realidade da qual não se pode fugir: não há substituto eletrônico para a embalagem.
A drupa 2024 consolidou o que já sabíamos: é preciso que todos os empresários de impressão olhem com seriedade para a conversão de embalagens e rótulos, ao menos para entender suas oportunidades, independente da tecnologia do parque gráfico ou de sua área de atuação.
Todos os pavilhões da drupa mostraram soluções de embalagem. A Heidelberg tinha um espaço maior para embalagem do que para impressão comercial/promocional, mostrando impressão de embalagens em offset, na impressão digital em seu nova parceria com a Canon e até em rótulos flexo e digital com sua Gallus.
A impressão offset rodou na drupa muitos exemplos de embalagens cartonadas. A impressão digital também: em todos os tamanhos, formatos e possibilidades, de uma etiqueta a tiragens industriais de papelão ondulado com as novas tecnologias EFI, esta indústria mostrou sua força.
A impressão flexográfica também cresceu na drupa 2024 e contou com uma série de players apresentando soluções. Os players chineses levaram máquinas para impressão e acabamento para embalagens e rótulos, e as amostras estavam em todos os estandes, em embalagens fantásticas e super bem elaboradas.
O recado ficou claro: olhe para as embalagens e para os rótulos. A drupa 2024 mostrou que este caminho é promissor e os números espelham o que foi mostrado. Certamente veremos nas próximas feiras, especialmente na ExpoPrint & ConverFlexo 2026, o quanto esta indústria segue evoluindo. Estamos ansiosos para receber todos em São Paulo daqui dois anos.
por Alexandre Keese
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