4º dia na Drupa 2024: Esta DRUPA está focada na automação ou AUTONOMAÇÃO?

A era da transformação digital ou Indústria 4.0 representa a integração de tecnologias avançadas para criar fábricas inteligentes. Essa revolução é caracterizada pela interconectividade, aprendizado de máquina, big data, e a Internet Industrial das Coisas (IoT). O objetivo é criar um ambiente de produção mais eficiente, flexível, e responsivo às mudanças. Porém, equivocadamente algumas pessoas e fornecedores estão informando que esta DRUPA está focada na era da automação (indústria 3.0). Desta maneira é primordial principalmente para os gestores da área gráfica saberem a diferença dos dois conceitos, caso contrário corre-se o risco de adquirirem equipamentos da era industrial 3.0 ao invés de equipamentos que realmente representam a transformação digital ou indústria 4.0. Este erro pode infelizmente levar o empresário investir de forma errada e perder literalmente competitividade perante aos concorrentes. 

Definições e Diferenças:

Automação refere-se ao uso de tecnologia para realizar tarefas ou processos sem a necessidade de intervenção humana constante. Isso pode incluir máquinas, softwares ou sistemas que executam funções específicas de forma programada ou controlada automaticamente. AUTONOMAÇÃO, também conhecida como "jidoka" (um termo japonês popularizado pela Toyota Production System), é uma forma avançada de automação que incorpora um nível de inteligência ou capacidade de detecção e resposta a problemas. 

Ao contrário da automação tradicional, que executa tarefas repetitivas sem supervisão, a AUTONOMAÇÃO envolve sistemas que podem parar automaticamente ao detectar anomalias ou condições anormais. Esse conceito visa não apenas a eficiência, mas também a qualidade e a segurança, permitindo que os humanos intervenham apenas quando necessário. Desta maneira à AUTONOMAÇÃO é mais flexível e adaptável, podendo ajustar-se automaticamente a novas condições e variáveis, graças a sensores e algoritmos de controle que monitoram o ambiente e o desempenho do sistema. Ela integra tecnologias de detecção e resposta, como sensores e algoritmos de controle, que permitem ao sistema ajustar-se a mudanças ou interromper a operação quando detecta irregularidades.


Flexibilidade e Adaptabilidade

Autonomação: Mais flexível e adaptável, podendo ajustar-se automaticamente a novas condições e variáveis, graças a sensores e algoritmos de controle que monitoram o ambiente e o desempenho do sistema. Ela está intrinsecamente relacionada as tecnologias habilitadoras da 4.0, como por exemplo:

  • A conectividade: Dispositivos e sistemas estão interconectados através da IIoT, permitindo comunicação em tempo real e troca de dados.
  • Big Data e Análise: Coleta e análise de grandes volumes de dados para otimizar processos e tomar decisões informadas.
  • Inteligência Artificial e Machine Learning: Algoritmos que aprendem e melhoram com o tempo, permitindo sistemas que se adaptam e melhoram continuamente.
  • Sistemas Ciberfísicos: Integração de sistemas físicos com redes de computação e comunicação, criando um ambiente de produção altamente integrado e inteligente.
  • Manufatura Inteligente: Uso de tecnologias avançadas para criar processos de produção mais flexíveis e eficientes, que podem ser rapidamente ajustados conforme a demanda e as condições do mercado mudam.

Ressalta-se que Indústria 4.0 envolve uma combinação de automação e autonomação, cada uma desempenhando um papel crucial no avanço das fábricas inteligentes. Analisar o investimento e a produtividade na aquisição de máquinas e equipamentos com apenas automação em comparação com aqueles que possuem autonomação revela considerações importantes para as empresas.

Investimento

Automação: A aquisição de máquinas e equipamentos automatizados geralmente requer um investimento inicial significativo, incluindo custos de compra, instalação e configuração. Esses sistemas são projetados para realizar tarefas específicas de forma eficiente e repetitiva. O custo de manutenção e atualização pode ser relativamente baixo, pois os sistemas são menos complexos.

Autonomação: Equipamentos autonomados exigem um investimento inicial mais elevado devido à incorporação de sensores avançados, inteligência artificial e sistemas de controle adaptativos. Além do custo de compra, a instalação e a integração com outros sistemas podem ser mais complexas e onerosas. No entanto, esses sistemas frequentemente resultam em menores custos operacionais a longo prazo devido à redução de desperdícios e à melhoria contínua da qualidade.

Produtividade

Automação: Proporciona ganhos significativos de produtividade ao executar tarefas repetitivas com alta precisão e velocidade. A eficiência é maximizada em processos bem definidos e estáveis. No entanto, a capacidade de adaptação a mudanças e de detecção de problemas é limitada, o que pode resultar em tempo de inatividade e perda de produtividade em caso de falhas ou variações no processo.

Autonomação: Além de aumentar a produtividade por meio de tarefas automatizadas, a autonomação melhora a qualidade e a eficiência ao detectar e corrigir problemas em tempo real. Isso reduz significativamente o tempo de inatividade e as perdas associadas a defeitos e retrabalho. A capacidade de adaptação a novas condições e a manutenção preditiva resultam em uma operação mais flexível e resiliente, que pode responder rapidamente às mudanças na demanda e às condições do mercado.

Análise Comparativa

Custo-Benefício: Embora os sistemas autonomados exijam um investimento inicial mais alto, o retorno sobre o investimento (ROI) tende a ser mais elevado devido à redução de desperdícios, aumento da qualidade e menor tempo de inatividade. Empresas que investem em autonomação podem ver uma melhora significativa na eficiência operacional e na satisfação do cliente a longo prazo.

Flexibilidade e Adaptabilidade: Em um ambiente de mercado dinâmico, a capacidade de adaptação rápida proporcionada pela autonomação oferece uma vantagem competitiva. Empresas podem ajustar seus processos de produção de maneira mais ágil e eficiente, respondendo rapidamente às mudanças nas demandas do mercado.

 

Conclusão 

A Indústria 4.0 incorpora uma combinação de automação e autonomação, integrando ambas para maximizar eficiência, flexibilidade e resiliência. Embora a automação forneça uma base sólida para a produtividade ao executar tarefas repetitivas com precisão, a autonomação adiciona uma camada de inteligência que permite a detecção e correção de problemas em tempo real. O investimento em equipamentos autonomados pode ser mais alto inicialmente, mas os ganhos em qualidade, redução de tempo de inatividade e capacidade de adaptação rápida justificam esse investimento a longo prazo. A combinação dessas tecnologias resulta em fábricas inteligentes que estão melhor preparadas para atender às demandas de um mercado em constante mudança, oferecendo uma vantagem competitiva significativa.


por Enéias Nunes da Silva e Elcio de Sousa






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