Ciclo de palestras “Vamos Sair da Crise!”

Debater soluções para o setor gráfico, que gerem economia e evolução digital, é o objetivo do ciclo de palestras “Vamos Sair da Crise!”, organizado pelo Núcleo Loguin Soluções Gráficas, consultoria em desenvolvimento de soluções para a indústria gráfica, com apoio da Abrigraf SP e do Senai.

Quando tivemos a ideia, não esperávamos tanto interesse. O ciclo deveria acontecer apenas em São Paulo, mas o Senai se engajou no projeto e estamos levando as palestras para várias cidades do interior do Estado e ampliando o número de encontros”, conta Luiz Gonzaga d'Avila, do Núcleo Loguin. O evento tem o apoio da Neobandw Soluções Gráficas Ltda, Grupo SKYGraf do Brasil, Grupo Famas e Congraf Embalagens.

A primeira palestra do ciclo, “Caminhos na Crise da Economia”, foi realizada em abril no auditório da Abigraf SP, trazendo o economista e consultor José Mauro Delella, que foi economista chefe do Itaú Asset Management e estrategista chefe no UBS e no Santander. Ele traçou um panorama da economia e da política brasileira no curto prazo, de forma a oferecer subsídios para o setor encontrar novas oportunidades diante da atual crise. No mesmo dia, Fábio Mortara, dono de um vasto currículo na área gráfica, que inclui a presidência da Colatingraf, da ABIGRAF SP e Nacional, do SINDIGRAF SP e da ABTG, falou sobre o programa Two Sides.




Entre os presentes ao evento estavam o presidente da Abigraf - Associação Brasileira da Indústria Gráfica/São Paulo, Sidney Victor Anversa, e toda a diretoria executiva da entidade, Bruno Cialone, presidente da ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica, Ademir Buitoni, diretor jurídico da Brinquedos Estrela, Martilio Bueno, presidente da Print One, docentes e alunos da Escola Senai de Artes Gráficas Theobaldo de Nigris, clientes do Núcleo Loguin Soluções Gráficas.



O ciclo prossegue no dia 20 de junho, no Senai de Ribeirão Preto, com o tema “As mil alternativas de negócio com web-to-print” a cargo de Martilio Bueno, CEO da Print One, primeira empresa brasileira especializada em Soluções de E-Commerce para “Web to Print” e "Marketing de Personalização". Foi o responsável pelo Web to Print da Liquigás/Petrobrás, Unilever, Loja Oficial do Neymar Jr., Família Schurmann, e de empresas do segmento gráfico, editorial, comunicação visual e fotos, entre outras coisas.

Em 30 de agosto, novamente no auditório da Abrigraf SP, o tema será vendas de produtos digitais: “O que pagar e o que não pagar no licenciamento de softwares”. Ademir Buitoni, diretor jurídico da Manufatura de Brinquedos Estrela e integrante da Câmara de Mediação da FIESP, vai comentar ações judiciais para licenciamento de softwares e suas consequências para o uso legal dessas licenças.

“Novas oportunidades com a impressão digital” será o assunto no dia 10 de outubro, no Senai Barueri, por Arnaldo Peres, diretor comercial da Neobandw, consultor em vendas de produtos offset e digitais e conselheiro da ABTG.

Caminhos na Crise
Em sua palestra no auditório da Abrigraf SP, em abril, o economista José Mauro Delella lembrou que enfrentamos nos últimos três anos uma das maiores crises da história do Brasil. Um de seus efeitos: em 2017, a produção de cada brasileiro será, em média, 10% menor do que foi em 2013! Mas essa recessão profunda, segundo ele, ajudou Brasil a promover ajustes. “Embora, ao que tudo indica, o baixo crescimento ainda vai durar algum tempo, acredito que uma retomada cíclica está a caminho. As condições para essa retomada já estão dadas.”  

O cenário global está ajudando. Neste momento, ele é muito positivo para os emergentes. Desde janeiro de 2016, quando a China ingressou em tendência ultra expansionista, as commodities metálicas acumulam alta de mais de 50% e isso sempre beneficia o Brasil. “Valorização de commodities é, e sempre será, um choque de renda positivo para o País. Com isso, Temer ganha um presente enorme (que em alguma magnitude se assemelha ao ganho por Lula). Resta saber quanto tempo durará e o que o presidente fará com ele.”

Na área interna, a inflação e os juros estão em queda – indicadores que sempre marcam o início de uma recuperação cíclica -, houve um ajuste nas contas externas e o superávit comercial, na margem, continua aumentando. Como consequência, o ciclo de corte da Selic, que já começou, tende a ser bastante intenso (“veremos a taxa de juros básica em um dígito nos próximos meses graças à ajuda do câmbio, à recessão, ao clima favorável e a um BC com credibilidade”). O juro real ex-ante ainda está em patamar próximo a 7% e pode, sem grande exagero, convergir abaixo de 5%, na sua avaliação. “Ainda temos, sim, um problema fiscal muito grave e qualquer desvio de rota pode ser fatal.  A trajetória futura da dívida pública vai depender principalmente da intensidade da retomada.

Mas há fatores que contribuem para a postergação da retomada, limitando sua intensidade, ressalta o economista. Primeiro, nossos motores de crescimento – consumo e investimento – ainda estão muito avariados. Há um comprometimento de renda de famílias e firmas (correção dos excessos passados). Depois, o cenário ainda é de desalavancagem (sistema financeiro continua a reduzir liquidamente a oferta de crédito). Com a Utilização de Capacidade Instalada agregada em patamares próximos aos mínimos históricos e as muitas incertezas na área econômica e política, as empresas, no geral, têm pouco incentivo a investir.  
Retomadas cíclicas normalmente são aceleradas por medidas de incentivo ao crédito e ao investimento, mas, como vimos, o espaço para esse tipo de medida no Brasil é escasso A liberação do saldo inativo de contas do FGTS teve como objetivo dar alguma dinâmica ao consumo, mas seu impacto é limitado.” E a incerteza também atua no sentido contrário à recuperação dos investimentos. Resumindo, depois de um período longo em que as políticas adotadas no Brasil tinham claro viés anti-competitividade (e anti-produtividade), a substituição de governo gera um alento importante.

Adicionalmente, parte significativa do ajuste já foi feita, o que tende a gerar resultados importantes para sustentar a governabilidade de um governo que é “fraco”, porque impopular. Os fundamentos (notadamente os fiscais) são muito problemáticos e irão exigir muitas medidas impopulares. O cenário global de desequilíbrios múltiplos é um risco, não apenas de curto prazo. Reformas são importantes, mas o governo Temer não tem (e não terá) suporte político para implementá-las na magnitude necessária. Mas o mais importante: o jogo eleitoral para 2018 já começou.

No entender de Delella, a melhor projeção de PIB para 2017 é algo entre 0,0 e 0,5%. Há chance real de aceleração para 2018 mas, pragmaticamente, depende do tamanho do imbróglio político até la. O câmbio depende do cenário internacional. No atual patamar, o Real já parece bem valorizado, mas com China acelerando e Fed sem vontade de subir juros rapidamente, o valor do dólar pode até mesmo cair abaixo de R$ 3,00. A certeza é que os juros caem e bastante. A Selic deve fechar o ano ao redor de 9%. E a inflação está convergindo em direção à meta, permitindo, inclusive, uma redução desta para 2019. Mas alimentação e clima não devem ajudar tanto em 2018.

Two Sides
Two Sides foi o tema de Fabio Mortara. Criada em 2008 e atualmente com cerca de cem membros e representações nos cinco continentes, incluindo o Brasil, o programa Two Sides é uma iniciativa global de empresas da cadeia da comunicação impressa que têm como objetivo comum promover a sustentabilidade da impressão e esclarecer equívocos ambientais, fornecendo aos usuários informações verificáveis sobre por que a impressão e o papel são meios de comunicação atraentes, práticos e sustentáveis.

Segundo Mortara, o programa Two Sides é um fórum importante onde a indústria da comunicação impressa e do papel podem trabalhar juntos, dividir experiências, aprimorar padrões e práticas, com foco em florestamento, produção de papel e impressão sustentáveis e responsáveis. “Em um mundo de recursos escassos e emergência digital, o Two Sides mostra as qualidades únicas do papel e derruba mitos.” 









Próxima Palestra:
Repensando a Indústria Gráfica
07 de junho as 19h
Informações e inscrições, clique aqui





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